TRAVESSIA
A guerra abraça o reino pelos braços
sem licença inventa fatos pra flertar o luxo
De suas vidraças vazias de preces
E instantes de cristais exaustos de luzir.
Em olhar descuidoso aporta o navio,
De tuas brandas paredes descem vultos valentes.
O menino anuncia a catástrofe,
O vento pára a espera das cinzas.
Não há o que de entristar, exceto a estrofe
Que encerra a morte prematura.
Senhor comandante, não é a guerra que me causa Indignação
Não há o querer que afasta a envergadura,
O que me causa a indignação
É o futuro sem o que contar aos mais tenros.
Menino, eis o meu devido serviço:
A busca de almas aflitas pela razão ilusória das Coisas.
Não tarda a noite nos aportaremos no infinito dos mares.
Não há mar, não há razão em navegar sem o corpo
Em conhecer ilhas e ilhas sem contornos nem cores.
Não há guerra que perpetue o gosto do espírito
Ou ousadia que conforte um alvíssimo leito.
Menino, tua voz é capaz de ofuscar as palavras de Um barqueiro
Que surge com a frágil missão de transportar almas
Pelo vasto infinito das águas.
Senhor, o meu reino está frágil e as vidraças já não resistem
Às investidas de tantos malfeitores.
Menino, o navio que aqui aporta é de louça, Caravela ao vento
E tão habituado a procelas e sentenças.
Malfeitores não há.
Não invente histórias para aterrorizar uma vida de travessia
O céu começa onde termina o inferno.
Se queres dormir em noite tão profunda
Busque antes a utopia, a visão estranha das coisas.
E antes que eu descerrasse meu derradeiro olhar
A lógica da vida assumiu meu corpo
E inúmeros fractais cobriram-me a visão.
A lembrança fria da guerra, das pétalas voando livres
Da vidraça partida pela veloz artilharia
Outros fatos já não importam.
Haverá outro mundo onde as pessoas possam se confraternizar
Sem ouvir o estampido das ignorâncias.
Razão não há para ignorar a partida de um navio
Cuja missão é apenas compartilhar a travessia.
A guerra abraça o reino pelos braços
sem licença inventa fatos pra flertar o luxo
De suas vidraças vazias de preces
E instantes de cristais exaustos de luzir.
Em olhar descuidoso aporta o navio,
De tuas brandas paredes descem vultos valentes.
O menino anuncia a catástrofe,
O vento pára a espera das cinzas.
Não há o que de entristar, exceto a estrofe
Que encerra a morte prematura.
Senhor comandante, não é a guerra que me causa Indignação
Não há o querer que afasta a envergadura,
O que me causa a indignação
É o futuro sem o que contar aos mais tenros.
Menino, eis o meu devido serviço:
A busca de almas aflitas pela razão ilusória das Coisas.
Não tarda a noite nos aportaremos no infinito dos mares.
Não há mar, não há razão em navegar sem o corpo
Em conhecer ilhas e ilhas sem contornos nem cores.
Não há guerra que perpetue o gosto do espírito
Ou ousadia que conforte um alvíssimo leito.
Menino, tua voz é capaz de ofuscar as palavras de Um barqueiro
Que surge com a frágil missão de transportar almas
Pelo vasto infinito das águas.
Senhor, o meu reino está frágil e as vidraças já não resistem
Às investidas de tantos malfeitores.
Menino, o navio que aqui aporta é de louça, Caravela ao vento
E tão habituado a procelas e sentenças.
Malfeitores não há.
Não invente histórias para aterrorizar uma vida de travessia
O céu começa onde termina o inferno.
Se queres dormir em noite tão profunda
Busque antes a utopia, a visão estranha das coisas.
E antes que eu descerrasse meu derradeiro olhar
A lógica da vida assumiu meu corpo
E inúmeros fractais cobriram-me a visão.
A lembrança fria da guerra, das pétalas voando livres
Da vidraça partida pela veloz artilharia
Outros fatos já não importam.
Haverá outro mundo onde as pessoas possam se confraternizar
Sem ouvir o estampido das ignorâncias.
Razão não há para ignorar a partida de um navio
Cuja missão é apenas compartilhar a travessia.
gostei das ilustraçoes
ResponderExcluirO mesmo menino que anuncia a catástrofe, tem na voz o poder de ofuscar as palavras de um "barqueiro".
ResponderExcluirUm dia os meninos foram apenas meninos, hoje nem todos sabem o que é verdadeiramente "brincar"
N.i.n.a