UMA PALAVRA
Uma só palavra escrevi hoje em meu diário.
Tão agressiva se comparando às nuvens que passam
E tão esquecida pelos meus demônios.
Uma só palavra sem vírgula e ponto
Entre o brilho tênue de uma estrela
E a evocação de um anjo.
Um olhar me veio como resignação
Como grito de dor após a ferida
Fez-me sentir estranho no vago infinito.
Escrevi uma única palavra farta de graça
E tão crassa.
Qual ferida que não sara e arde sem chama
E com os olhos se movendo em segredo
Em direção de um espaço a meia-luz
Bailarina cheia de luxúria ao vento
E passos leves e noites e noites
Espiando a lua pálida e sem voz.
Uma única palavra ainda incompleta
Fez-me silenciar o desejo ardente.
Da frágil escultura a deslizar-me na retina
A eloqüência da alma sem nada que consente
O lado oculto de um homem sem a ilusão de si
E sem a certeza de que tudo vaga sem amor
E tudo se esvai na incerteza de que a vida
É um passo a frente sem nada sentir.
Uma palavra sem data ou sem verso
Semelhante a uma serpente voraz
Que insinua roubar a esperança
De um espírito olhando sobre espelhos frágeis.
Qual mistério seguir além das chamas
Cobrindo a embriaguez da pálida alma
Entregue aos doces prazeres do amor.
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Quem sou eu
- Antonio
- Meu nome é Antonio, sou professor de Português e Literatura, gosto de ler, escrever, assistir a bons filmes, de futebol, de arqueologia, de história, filosofia, de mitologia, de informática, de astronomia, de manifestações culturais locais,de boas amizades, de falar e ouvir, enfim...
Olá António! Uma palavra é sempre uma palavra, com várias interpretações e vário sentidos. Muito sentimental esse poema, muito profundo! Obrigado por partilhar esses tesouros... Sónia Vicente
ResponderExcluirAntónio,
ResponderExcluirUma palavra…uma só palavra…
Talvez nem fosse preciso escrevê-la de tão sentida que é!
(gostei muito do poema)
Abraço
Oi Antônio!
ResponderExcluirPara você mando uma única palavra "saudade", única na forma de escrever, mas universal no quesito sentir.
Beijos
Nina